Estrabismo

Estrabismo em crianças e adultos

O que é?

Muitas pessoas conhecem como “vesguice” ou “olho torto”, mas o nome técnico – que é o que você ouvirá nos consultórios oftalmológicos – é estrabismo. Trata-se de uma doença que provoca o desvio dos olhos. Em outras palavras: eles não conseguem estar voltados para a mesma direção no mesmo instante, sendo que, enquanto um se fixa num determinado ponto, o outro está apontado para um foco distinto.

O estrabismo possui muitas variações, relacionadas, por exemplo, à sua origem (congênito ou adquirido), duração (constante ou intermitente), tamanho (pequeno, médio ou grande ângulo). De qualquer forma, ele é capaz de causar muito desconforto aos pacientes, seja por razões ligadas à funcionalidade da visão ou, por questões estéticas e psicossociais. 

Alguns casos de estrabismo podem estar ligados, inclusive, a outros problemas de visão bastante comuns, tal qual uma hipermetropia em grau elevado. E há condições específicas de saúde que podem ocasioná-lo, como a diabetes, AVC ou tumores, por exemplo.

Quais são as causas?

Da mesma forma que existem vários tipos de estrabismos, as causas também são as mais diversas.

Muitos estrabismos possuem etiologia multifatorial e não se pode apontar uma causa única. Podemos citar aqui a esotropia infantil e as exotropias intermitentes como exemplo. Existem alguns fatores que podem predispor ao surgimento dos estrabismos, tais como hereditariedade, baixo peso ao nascer, prematuridade, algumas síndromes como a síndrome de down por exemplo.

A presença de graus elevados de hipermetropia ou miopia também podem causar estrabismo.

Outras causas possíveis:

- Problemas neurológicos como a ocorrência de AVC, tumores cerebrais, cirurgias neurológicas, miastenia.

- Hipertensão arterial sistêmica ou diabetes mal controlados.

- Baixa visual intensa por qualquer motivo - estrabismo sensorial.

- Acidentes que cursem com traumatismo craniano ou qualquer traumatismo direto na região dos olhos.

Estrabismo - Ana Gabriela

Tipos de estrabismo

O Conselho Brasileiro de Estrabismo (CBE) define cinco variações para a doença, de acordo com as características do desvio ocasionado por cada uma delas, sendo:

Esotropia

desvio convergente, quando o olho se volta para dentro, na direção do nariz;

Exotropia

desvio divergente, quando o olho for voltado para fora, ou seja, na direção das orelhas;

Hipertropia

caso o olho se volte para cima (direção da testa) ou hipotropia quando o olho desvia-se para baixo

Divergência vertical dissociada

quando os olhos apresentam movimento de subida

Intermitente

quando ocorrem momentos de desvio intercalados com momentos de paralelismo ocular

Sintomas e diagnósticos

Estrabismo - Ana Gabriela

A sintomatologia é bastante extensa e variada, a depender do tipo, tamanho, causa e idade de início do estrabismo. Pode inclusive não existir sintoma algum.

De uma forma geral, os desvios iniciados muito cedo na infância não causam diplopia (visão dupla), já aqueles iniciados na vida adulta podem causar tal sintoma.

Também ocorrem, em geral, casos de cefaléia, astenopia (cansaço visual) e torcicolo. Esse último acontece devido à angulação assumida pelo pescoço na tentativa de equilibrar o desvio dos olhos.

O tratamento em crianças

Na infância, o tratamento dos estrabismos tem como objetivo principal não deixar que a presença do quadro atrapalhe o desenvolvimento normal da visão da criança, o que ocorre do nascimento aos 7 anos de idade aproximadamente.

O tratamento vai variar de acordo com a causa e tipo de estrabismo, onde poderemos lançar mão de:

- Óculos

- Oclusão ocular

- Exercícios ortópticos

- Toxina botulínica

- Cirurgia

Estrabismo - Ana Gabriela
Estrabismo - Ana Gabriela

O tratamento em adultos

Podemos aqui lançar mão de óculos com prismas para corrigir a visão dupla, toxina botulínica, exercícios ortópticos ou cirurgia, dependendo do tipo e tamanho do desvio.

Devemos também identificar e tratar a causa base caso ela exista, como na diabetes, hipertensão arterial e causas neurológicas.

A cirurgia será muitas vezes necessária para a correção do desvio, tanto em adultos quanto em crianças. Cada olho possui 6 músculos extra oculares, e é sobre esses músculos que atuamos durante a cirurgia.

Se vamos operar um ou os dois olhos, quantos músculos vamos abordar vai depender do tipo e do tamanho do estrabismo.

Quanto à anestesia, podemos utilizar um bloqueio local com sedação ou anestesia geral. Essa escolha dependerá de alguns fatores: idade do paciente, quantos músculos serão abordados, tipo de estrabismo, dentre outros.

O paciente geralmente tem alta no mesmo dia da cirurgia. A recuperação pós cirúrgica é muito tranquila para a maioria dos pacientes. Atividades físicas intensas deverão ser evitadas por um período mínimo de 3 semanas.

Segundo a literatura médica, cerca de 10 a 30% dos pacientes operados para correção de um estrabismo poderão necessitar de uma nova abordagem cirúrgica ao longo da vida para obter a correção desejada do desvio.

A cirurgia de estrabismo em adultos e crianças

Antes e Depois

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